arte contemporanea

A série Cartografias do Invisível  surgiu de processos de deambulação assim como da observação do ambiente imediato, doméstico. Um perceber que  é permeado pelo real e o imaginário e ao mesmo tempo um convite à contemplação  na medida em que muitos dos trabalhos foram feitos com grafite sobre papel, exigindo uma aproximação física para melhor percepção. 

 

A nossa percepção do transcendente assim como da pequenez humana é muitas vezes realizada na observação dos elementos naturais maiores do que nós: as montanhas, os rios e o mar, a lua e as estrelas. No entanto, quando não há essa possibilidade, quando o céu é opaco e os rios são poluídos, o perfil das montanhas  ao longe é encoberto pelas construções há que se olhar para o microcosmo para recuperar essa conexão. Esse olhar que se depara nos insetos é  portanto reflexo da experiência de viver numa cidade como São Paulo. 

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Os insetos começaram a parecer em meu trabalho a medida que mergulhava na observação das plantas que eu estava desenhando como um exercício de contemplação e meditação. Eles surgiam como aparições inesperadas, e foram pouco a pouco se revelando como símbolos do invisível, e do intangível, daquilo que existe apesar de mim.

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É possível se deparar com esses trabalhos e fazer uma leitura sobre  a força disruptiva da vida e um desejo de dar a ver e atribuir sentido, vida e inteligência ao que nos cerca.Ao me colocar na paisagem, meu olhar anímico amplia, põe uma lupa no infraordinário, revelando sua existência, força e personalidade anímica.