Artista visual, arte contemporanea
Cetras/Entretantos constitui-se de uma instalação com centenas de pequenas peças em cerâmicas dispostas no chão e amontoadas (Cetras). As peças foram realizadas uma a uma, como registro de uma ação única que seria a mesma ação necessária para segurar um cetro, entendido como símbolo de poder enquanto joia, ao mesmo tempo como linha, tendo assim o encontro joia-linha realizado por um corpo-desenhante (meu) partilhado com corpos-ativos (do público).

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O cetro é um objeto da regalia, das jóias de monarcas. Ele é único e denota poder a quem o usa.  Este trabalho foi feito repetindo o gesto de segurar um cetro sobre a argila, que depois foi queimada, gerando todos esses potenciais cetros, ou melhor cetras. Com o ato repetitivo, circular, feminino, dissolve-se o caráter masculino que emana desse objeto, a  ideia masculina de unicidade de poder para abrir a possibilidade de emanar circularidades e partilhas, trazendo um aspecto feminino a um objeto-símbolo ligado ao poder patriarcal.

 

As peças são dispostas no chão como símbolo desse compartilhamento. O público é convidado a escolher uma peça para si, podendo levá-la para casa, mas em troca deixa um registro fotográfico de si mesmo com a peça. Esses registros fotográficos obtidos durante duas exposições formam a série Entretantos , uma série de autorretratos feitos pelo público interagindo com Cetra, evidenciando outro procedimento transversal entre retrato/autorretrato e registro de ação. Para encerrar a série realizei alguns autorretratos nos quais me represento imitando as poses mais repetidas pelo público, para me inserir novamente de alguma forma nesta circularidade. Atualmente peço ao público que publique a foto com o #cetra.

Cetras : cerâmica, fotografias
Entre tantos: fotografias, desenhos

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Acesse a publicação digital com todas as fotografias desta série aqui: