DAQUILO QUE VI QUANDO CERREI OS OLHOS
arte contemporânea
“Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só
executava a invenção de se permanecer
naqueles espaços do rio, de meio a meio,
sempre dentro da canoa, para dela não saltar,
nunca mais.”
João Guimarães Rosa
Livremente inspirada na Terceira Margem do Rio em Guimarães Rosa, este audiovisual foi realizado durante o período de confinamento devido a Covid-19 reúne dois poemas, desenhos e pinturas. Desenvolvi desenhos das memórias das paisagens que já vi. Decidi não olhar para fora, mas desenhar uma natureza que eu imagino-desejo, que se mistura em minha cabeça com imagens que vi em telas de computador, televisão e na vida real gerando no final paisagens imaginadas, paisagens refúgios. Esta é uma série que no âmbito formal investiguei a densidade na composição e o gesto rápido. Desenho puro em seu sentido de ação direta sobre o suporte. O desenho vai se fazendo em um fluxo, sem esboços, sem planos prévios até tornar-se pintura nos últimos trabalhos em azul. O uso do sentido vertical em muitos deles é referência tanto à paisagem oriental clássica (que é contínua inspiração em meu trabalho) quanto à condição da paisagem urbana que eu habito.
rte contemporânea