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REPAVIMENTAÇÃO, 2021 arte contemporânea

Repavimentação é, de certa forma, uma tradução estética da minha relação sensorial com a cidade. É uma série que apresenta simultaneidades, lidando com uma paisagem que é também território para intervenções utópicas.

 

A minha poética volta e meia se dá sublinhando polaridades. Nesta série, elas podem ser percebidas inicialmente pela escolha das cores (preto e branco nos fundos, azul e branco na camada superior). O uso de planos diferentes, que por um lado evocam o movimento de plano dos aplicativos de mapeamento (olhar de cima para depois olhar de frente), estão lá para apontar uma tensão, uma presença simultânea de dois pontos de vista. É nos elementos em vista frontal que se percebem melhor os detalhes e ao mesmo tempo a gestualidade, e é de onde emergem elementos que  apontam para uma dimensão metafísica. 

A paisagem aqui tem a potência de traduzir  minha relação  com o mundo porque carrega em si uma dualidade intrínseca: a da contemplação e ao mesmo tempo a da interação. Eu estou na paisagem, e eu contemplo a paisagem. A paisagem se torna assim metáfora da própria existência como negociação de simultaneidades.

DEAMBULAÇÕES

DEAMBULAÇÕES, 2021 

"A deambulação é um chegar caminhando a um estado de hipnose, a uma desorientadora perda de controle, é um médium através do qual se entra em contato com a parte inconsciente do território."(CARERI, 2020)

Nas minhas errâncias virtuais durante a pandemia, daquilo que  é possível através de aplicativos, escolho o processo de deambulação.  Ele se distingue da deriva de Guy Debord, pois não tenho uma intenção analítica, não escolho previamente para onde vou. 

Exploro o aplicativo em seu limite para extrair dele imagens escondidas. Dai vão se construindo coleções de cartões postais como que do inconsciente do aplicativo, expondo paisagens distorcidas, mas não menos absurdas que as reais.

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