Artista visual, arte contemporanea
Estado de Gesto acontece a partir do encontro entre desenho, instalação e objeto. 

Constitui-se de objetos dispostos sobre papel ou sobre tela. Todos são desenhados com carvão, pastel oleoso e tinta acrílica, predominantemente em preto.

A figuração remete  a uma paisagem e deriva de um estado específico de concentração, no qual o gesto é realizado em fluxo contínuo. Aqui o mais importante  é o como, do que o quê,  esse estado no qual entro em um fluxo com o próprio desenho, que vai se construindo sem um planejamento. 

 

Esta pesquisa se iniciou há alguns anos, a partir do meu interesse pelo desenho de observação. Inicialmente os desenhos partiam da observação direta, mas com a pandemia, por ter que ficar em casa, eu mudei o procedimento, e passei a iniciar os desenhos a partir da memória.

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Eu começo a partir de uma memória de um detalhe e alcançando esse estado de gesto, eu entro em um fluxo  com aquilo que se apresenta no papel, desenhando de maneira imprevisível  a partir dele um sentimento de paisagem.  

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Nesta série, eu expando o estado de gesto para o outro na medida que o desenho sai do papel/tela para objetos de papel. Esses objetos têm uma sonoridade própria e estão ali para serem tocados, mexidos pelo público. É pelo movimento do objeto que sua sonoridade se revela. O público entra em estado de gesto compartilhado.

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Escolhi desenhar sobre embalagens de papel, que são objetos com os quais lidamos cotidianamente. Mas ao depositar meu gesto nos mesmos, e criar uma potência de sonoridade, abro um potencial de encantamento: aquilo que só se descobre pelo outro (público) , que ao  pegar e mexer no mesmo, altera tanto o meu desenho (pois ele deixa momentaneamente de fazer parte da composição), como pelo movimento que realiza com seu corpo nesse desenho-objeto.​​​​